quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Serviço de som: a cultura que informa



A comunicação sempre foi algo indispensável para a sobrevivência do ser humano. A interação com o meio é fator determinante para o desenvolvimento do indivíduo em sociedade, como afirma o teórico Vigotski, em sua teoria a respeito da formação do ser humano. “O homem é um ser social e as condições sócio-culturais o transformam profundamente desenvolvendo uma série de novas formas e procedimentos no seu comportamento.”


Essa interação só é possível graças à comunicação, seja ela visual, auditiva, ou das duas maneiras. Nos dias atuais, a modernidade tem feito algumas pequenas mudanças no processo de comunicação, porém nada que interfira na aprendizagem.


O homem é uma consequência das influências ou forças existentes no meio ambiente. A hipótese de que o homem não é livre é absolutamente necessária para se poder aplicar um método científico no campo das ciências do comportamento.


Mas algo interessante ainda chama a atenção, e por isso a intenção de quem agora escreve esse artigo ainda fazer desse algo um objeto de estudo, num mestrado, por exemplo. Trata-se de uma cultura que começou há muitos anos e que permanece viva até os dias de hoje, sendo peça fundamental na arte de informar e comunicar: o serviço de som.


A cultura de informar através do serviço de som extrapola os limites de um simples meio de comunicação, que se preocupa com propagandas, divulgação de serviços. Desenvolve, acima de tudo, um papel social, contribuindo diariamente no andamento da cidade, com informações que vão desde os nascimentos, mortes, enterros, até reuniões em igrejas marcadas de última hora.


Enfim, tudo está intrinsecamente ligado ao que é noticiado no serviço de som que, geralmente, está presente no centro da cidade. Mesmo com a informática, televisão, rádio e outros avanços da tecnologia, essa cultura ainda permanece e é de grande importância para os indivíduos.


Talvez essa realidade ainda exista em decorrência dos fatores sociais e econômicos. Como se trata de cidades com pequeno número de habitantes e locais onde a economia não evoluiu de forma expressiva, o modo de viver continua sendo o de anos atrás, onde geralmente o que movimenta é a pecuária e a agricultura, com pequeno espaço para o comércio.


Dessa forma, a tecnologia não encontrou meio para se fazer presente na vida de todos os indivíduos e a única maneira de informar continua sendo os veículos mais simples como carro de som, rádio e o serviço de som. É importante não deixar morrer essa cultura que já faz parte de uma linda história, das vidas de milhares de “Marias” e “Joãos” que aprenderam na prática a importância das representações culturais, da identidade e da necessidade de se manter viva a memória de um povo.