quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O meu exemplo de mãe



Compreender o sentido que a nossa mãe representa na vida não é muito difícil. Amá-la também não. Mas compreender o quanto nós representamos para ela e o quanto ela nos ama só é possível após um certo acontecimento: quando passamos a ser mãe também.


Foi dessa maneira que eu consegui entender como a minha mãe me coloca antes de tudo na vida dela e como Deus dá forças a ela quando o assunto é a minha segurança, o meu conforto, a minha vida. Lembro, por exemplo, de quando minha mãe recebeu a notícia da minha obstetra que teria que me levar às pressas para o hospital porque minha filha e eu corríamos risco e o parto teria que ser feito imediatamente.


Em nenhum instante percebi demonstração de medo por parte dela. Partimos para o hospital com a simples orientação de que a médica queria apenas me ver, me examinar, já que eu não estava me sentido muito bem já há alguns dias. E ela segurou a “barra” todo o tempo. E ficou sempre ao meu lado até tudo ficar bem novamente e até termos a nossa pequena Beatriz junto de nós e mais perto do seu colo e do seu cuidado único e insubstituível.


Então eu comecei a notar que sempre foi assim. A exemplo de quando passei por mal bocados com uma certa turma num transporte escolar que me levava de Itajuípe à Itabuna todos os dias. Não estava me sentindo bem com algumas atitudes de umas colegas e ela, cumprindo seu dever de mãe, foi de mãos dadas comigo até a presença das garotas e disse: “tudo bem com vocês? Eu sou a mãe da Mariela.” Foi o sinal para dizer que eu tinha alguém pra me defender.


Como não lembrar da super mãe que viveu grandes aventuras participando das gincanas da escola, costurando roupas inventadas à noite para ficarem prontas no outro dia cedo! Participando como “culinarista” do programa de TV criado por mim! A “tia Lu” era querida por minhas colegas, porque sempre estava em todas!


E quantas vezes ela teve que segurar o próprio choro para que eu pudesse chorar em seu ombro? Amiga, cúmplice, confidente. Como imaginar que não terei isso para sempre? É angustiante. A minha mãe me ensinou muito. E mais ainda quando passamos a morar só nós três: eu, ela e minha irmã. Só ela para entender e compreender todas as atitudes incertas que vivi. Todos os medos, decepções e descobertas de uma mulher. Sem julgamentos, críticas. Com a postura de mãe que sempre está disposta a ouvir e ajudar.


E então todo esse cuidado agora se estende a uma pessoinha que ocupa o meu lugar e tem todo o direito a isso: minha filha. Sim, agora é ela quem faz a minha mãe sorrir o sorriso mais verdadeiro. Pular e pular (literalmente!) só pra ver o sorriso de Beatriz. E com tudo isso ela prova mais uma vez que melhor do que ser mãe é ser avó. E eu digo que o melhor de tudo é ter uma mãe para ser a avó da minha filha!


Nenhum comentário:

Postar um comentário